Musicas avulso de Morphine

Um percussionista, mais tarde dois, um baixo de duas cordas com slide e voz e um saxofonista. Um power trio sem guitarras que fazia canções rock com sonoridades típicas do jazz. Na altura que saiu o seu primeiro álbum, recebi um soco no estômago.

Quando em 1999, morreu Mark Sandman, em pleno palco de ataque cardíaco em itália, perto de Roma, ( dias antes tinha tocado em Lisboa) e depois do álbum menos conseguido deles “Like Swimming” tudo tinha acabado ai.

Mas em estúdio ainda existia uma pérola, em 2000 foi editado o quinto álbum de originais, “The Night” em que dava indicação dos novos rumos que iria tomar esta banda super interessante. Violoncelos, violinos, arranjos vocais femininos, arranjos de cordas, contra-baixo, teclas,etc.

Música do mundo

Lembrei-me deste tipo, outro dia. Ouvi na rádio uma interpretação soberba dele, de uma Musica jazz. É um dos mais talentosos músicos a nível vocal que conheço.

Jazz, clássico, Pop, blues, música étnica, de tudo um pouco fez.

Foi o primeiro artista no mundo a lançar um álbum de jazz a solo, sem qualquer tipo de acompanhamento instrumental e sem overdubing´s

A voz dele consegue saltar, e quem diz saltar diz, pinchar (muito me apraz esta palavra) entre oitavas de uma forma impressionante, fazer falsetes, inalações vocais que atingem a gravidade de um contra-baixo.

Sem precisar de apresentações, Herbie Hancock, Chick Corea, o talentoso baixista Richard Bona, são alguns dos músicos com quem já efectuou registos musicais, entre outros menos conhecidos.

Mas nem só de jazz, vive o homem. E muito capaz de enveredar por outras áreas.

Tanto é, que o fez, com um tema que tinha a sua graça. Eu não gosto, mas o mundo da publicidade adorou, e ele devia na altura estar sequioso por se dará conhecer ao mundo.

É a única explicação que encontro.

Falo obviamente do tema, “Don't Worry, Be Happy”

Três vídeos que acho soberbos, ficam cá.

Neste primeiro video o pessoal parece atónito, nem se apercebe se o que estão a ouvir é verdade, ou um truque de circense. Espantados, acho graça.

Montreaux Jazz Festival, brincando com o publico, em improviso e o publico respondendo.

Macferrin, em Moscovo de 2002 no “Summer Jazz Days” acompanhado por um trio de acordeões soberbo, motion trio. Impossível por um rotulo a esta musica.

A Segunda do “Djezz”

Jazz orquestrado, ainda continua a ser o género que mais gosto.

Foi por aqui que comecei a querer ir mais longe.

O meu muito obrigado ao paranoico androide, OLÁ VOlupia.
Descobri um bom site de stream.

as terças dos poemas, a música do mundo, ou sem preconceitos?

Porque gostava eu de Amália Rodrigues e dos Faduchos dela?

É simples, eu gostava imenso das letras das músicas que esta cantava.

É claro que num reportório tão grande existem muitas musiquitas que eu chamo carinhosamente, “lixinho”.

Uma das músicas que eu não me fartava de ouvir, chamava-se Barco Negro, e ouvia ás escondidas, porque eu era muito, mas muito macho e não ia nessas coisas do fado, eu era um Rocker.

Só mais tarde percebi o porquê, quando já grandinho não ouvia fados ás escondidos.

O facto é este, foi ela que deu voz aos poetas portugueses, e assim de repente, lembro me de Camões, Alexandre O´Neill, Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Ary dos Santos, Manuel Alegre, etc.

Na voz arrepiante da Mariza, fica aqui registado uma versão igualmente poderosa de Barco Negro, com a Poesia do enorme David Marão-Ferreira.

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.

Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.

A Segunda do “ djezz”

Twenty Something

Aos 19 anitos lançou o primeiro disquito dele e sei ainda que, durante a sua formação musical, muito bem fez ele em andar a tocar em Paris, pelos clubes locais de jazz.

Em 2003 lança o disco “Twenty Something” que o catapultou para o sucesso.

Não é um pianista virtuoso, mas a sábia articulação do jazz com as linhas mais modernas do rock e do pop tornaram lhe o caminho mais fácil para o sucesso, sem comprometer a sua musica. Pelo que escrevo, talvez seja natural a comparação deste “ miúdo” a Harry Connick, Jr, bem como a Norah Jones, quando explora este tipo de sonoridades.

Quanto a comparações e sonoridades, eu quero lá saber, ainda bem que o putto toca jazz puro se necessário for; ou por prazer esta fusão de rock/pop/jazz, sem estar preocupado em ofender os puristas do jazz.

E agora eu sem querer ofender os fãs de Jeff Buckley, fica aqui uma versão que gosto muito de Jamie Cullum.

Love You Should Have Come Over

Ao sábado musica do mundo

A música irlandesa foi-me apresentada pelos Pogues, era eu muito novo.

Mas já naquela altura uma pergunta me assolava o corpo e a alma.

Será que na Irlanda não há dentistas? (veja-se no vídeo)

Passado mais de 20 anos, não creio que Shane MacGowan ainda tenha dentes e a somar a isto, uma cirrose não é de todo pouco plausível.

As más-línguas diziam que este homem bebia tanto que não tinha álcool no sangue, mas sim sangue no álcool.

Mas nunca cientificamente ficou provado que pudesse ganhar ao nosso cantor compositor português, Jorge Palma.

Outras das coisas que sempre fascinou e continua a fascinar são aquelas vozes que eu designo como” voz cano de esgoto”.(ouça-se o vídeo)

Existem algumas vozes assim e eu não me canso de ouvir.